O sangramento uterino disfuncional refere-se a um sangramento atípico, o qual resulta de variações no controle hormonal da menstruação. Essa condição costuma manifestar-se com mais frequência no começo e no fim da fase reprodutiva.
Em 20% dos casos, as pacientes são adolescentes e mais da metade dos casos envolvem mulheres a partir dos 45 anos. Estima-se que 90% das mulheres afetadas pelo problema não liberam óvulos com regularidade. Desse modo, as chances de engravidar são menores. Ainda assim, como os ovários podem eventualmente liberar um óvulo, as mulheres têm de utilizar métodos anticoncepcionais se não quiserem engravidar.
A complicação descrita manifesta-se, no geral, quando a taxa de estrogênio continua elevada ao invés de baixar, como costuma acontecer se o óvulo liberado não foi fecundado. Em adição, o nível elevado de estrogênio não é equilibrado por uma taxa apropriada de progesterona. A disfunção pode ser, ainda, um indício precoce de menopausa.
Existe suspeita de sangramento disfuncional se o sangramento é muito irregular ou se o seu volume é excessivo. O diagnóstico envolve a eliminação das demais causas de sangramento atípico. Essas outras possíveis causas incluem: distúrbios dos órgãos reprodutivos (como síndrome do ovário policístico), problemas na coagulação sanguínea, doenças de tireoide, complicações na gestação e uso de certos medicamentos. Uma investigação mais completa passa por exames como a ecografia transvaginal.
Como tratar o sangramento uterino disfuncional
Primeiro, é importante destacar que a abordagem dependerá da faixa etária da pessoa. Outro aspecto a ser considerado é se o revestimento do útero está espessado e se a mulher pretende gestar. O foco do tratamento está em conter sangramento e, se necessário, prevenir maiores complicações, como o câncer do endométrio. Inicialmente, o especialista, em geral, prescreve remédios não hormonais, sobretudo para pacientes mais jovens, uma vez que tais medicamentos apresentam menos efeitos colaterais. São eles:
• Ácido tranexâmico;
• Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
Quando o revestimento do útero está espessado, porém as células permanecem normais, utilizar hormônio auxilia no controle do sangramento. Nesse cenário, o profissional prescreve um anticoncepcional que contenha progesterona e estrogênio, administrado via oral. A orientação oferece benefícios extras, como redução nas cólicas e na sensibilidade dos seios que, com frequência, acompanham o quadro. Eles também diminuem a probabilidade de câncer do endométrio.
Quem não pode tomar estrogênio, inclusive os contraceptivos combinados que apresentem esse hormônio, deve recorrer ao uso exclusivo de progestina. Portanto, a medida é recomendada para mulheres na pós-menopausa e com fatores de risco significativos para patologias coronárias ou vasculares. Quando administrado assim, o medicamento não previne a gravidez. Por isso, mulheres que não planejam engravidar precisam usar outro meio anticoncepcional.
A partir das informações fornecidas no artigo, espero ter esclarecido como funciona o tratamento do sangramento uterino disfuncional.
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