O crescimento anormal do feto, ou restrição de crescimento intrauterino (RCIU), preocupa muitas mamães. Significa que o neném é pequeno para a idade gestacional e está suscetível a várias intercorrências, o que coloca a mulher em um grupo de risco especial. É causado por fatores maternos, fetais e/ou placentários, sendo que, em muitos casos, os médicos não conseguem determinar as razões por trás do problema.
Maternos
Trata-se do quadro clínico da mãe e suas características. Nesse sentido, os principais aspectos que pesam no crescimento anormal do feto são: idade (mães nos dois extremos da vida reprodutiva, ou seja, na adolescência e após os 40, são mais suscetíveis), nível socioeconômico e cultural, baixo peso pré-gestacional ou ganho insuficiente de peso durante a gestação.
Considera-se, também, o estilo de vida, sendo que tabagismo, abuso de álcool, uso de drogas ilícitas ou teratogênicas (tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez) e exposição à radiação elevam complicações desse tipo.
Outros fatores maternos incluem problemas como hemoglobinopatias (grupo de doenças de origem genética), anemias, doenças hipertensivas, diabetes complicado por vasculopatias, lúpus eritematoso sistêmico, doenças renais crônicas, trombofilias, cardiopatias cianóticas (as mais comuns são a comunicação interatrial e a comunicação interventricular) e doenças intersticiais pulmonares (resultam em acúmulo anormal de células inflamatórias no tecido pulmonar).
Fetais
O crescimento anormal do feto depende do potencial genético, que pode ser bloqueado, modificado ou desviado por um conjunto de fatores que atuam sobre o metabolismo fetal e o processo de desenvolvimento embrionário, reduzindo a taxa de utilização de nutrientes por unidade de peso e diminuindo permanentemente o número de células. Isso ocorre, por exemplo, nas síndromes de Down e de Edwards e em infecções como toxoplasmose, sífilis e malária.
Placentários
Os aspectos relacionados à placenta são fundamentais para o crescimento fetal. Nesse sentido, causas importantes de RCIU envolvem insuficiência vascular placentária, que causa hipóxia (ausência de oxigênio no tecido) da placenta; implantação anormal do órgão; e alterações estruturais da placenta.
Pré-natal de qualidade
O pré-natal de qualidade é essencial para identificar, sempre que possível, gatilhos que podem impactar o crescimento do neném. É importante atentar-se, entre outras coisas, ao estado psicossocial da gestante, à saúde nutricional (a desnutrição materna é a causa mais frequente de RCIU nos países subdesenvolvidos) e aos dois extremos relacionados ao esforço físico (sedentarismo e atividade vigorosa).
Gestantes com fatores de risco significativos devem passar por exames (principalmente ecografias, que fazem o reconhecimento de padrões simétricos e assimétricos de crescimento) e seguir todas as recomendações do médico. O problema nem sempre vem acompanhado de sintomas, o que reforça a necessidade de acompanhamento ininterrupto. O ideal é investigar, antes da gestação, possíveis condições/patologias que podem aumentar o risco de crescimento anormal do feto.
Quer saber mais? Clique no banner!