Caracterizada por inchaço no rosto, no abdome e/ou em membros inferiores e urina espumosa, a síndrome nefrótica acarreta grande perda proteica e, em alguns casos, aumento de colesterol e triglicérides. O problema, que não é considerado uma doença, e sim um conjunto de sintomas, pode ter causas primárias (não associadas a enfermidades) ou secundárias (quando relacionadas a outros males, como diabetes ou hipertensão).
Quadro pode ser desenvolvido durante a gestação
De acordo com pesquisas, a incidência da síndrome nefrótica entre gestantes pode ser de 0,012% a 0,025%. O sinal de alerta deve ser aceso quando o problema acomete uma mulher grávida, pois a perda excessiva de proteína pode ser um sinal de pré-eclâmpsia. O perigo pode estar relacionado a um problema que chega a afetar cerca de 7% das gestantes: a doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), uma das principais causas de morte materna.
O que causa a síndrome nefrótico
Obesidade, diabetes, pré-eclâmpsia, glomerulonefrites, amiloidose e trombose de veia renal são os maiores agentes causadores do problema em gestantes. Normalmente, a síndrome é decorrente de lesões nos glomérulos, conjunto de vasos sanguíneos presentes nos rins e que são responsáveis por filtrar o sangue.
Quando comprometidos, eles deixam escapar pela urina substâncias que deveriam ser retidas no organismo, como a albumina, as gamaglobulinas, a transferrina e as microglobulinas – principais proteínas perdidas com o quadro. A albumina é uma das encarregadas por controlar o volume líquido nos vasos. Sua diminuição excessiva é uma das maiores responsáveis pelo edema, principal sintoma visível da patologia.
Sintomas e complicações
Além dos sintomas mais comuns, que são inchaço e urina espumosa, a síndrome nefrótica também pode levar à perda de apetite, sensação de mal-estar, ganho de peso devido à retenção de líquidos no organismo, cansaço e dor abdominal. Ignorar o quadro pode acarretar problemas mais graves, como:
- Agravo do quadro de pré-eclâmpsia, evoluindo para a própria eclâmpsia e apresentando risco de morte da mãe;
- Perda da função do rim, causando insuficiência renal crônica;
- Coágulos sanguíneos, aumentando o risco de trombose;
- Deficiência nutricional, uma vez que os nutrientes acabam sendo expelidos pela urina;
- Maior risco de infecções oportunistas, pois anticorpos também são eliminados pela urina.
Diagnóstico da síndrome nefrótica
O diagnóstico pode ser realizado por meio de:
- Exame de urina, que detecta quantidades excessivas de proteína;
- Exame de sangue, que pode indicar baixos níveis de albumina. Em grande parte das vezes, essa perda é relacionada ao aumento de colesterol e triglicérides;
- Biópsia do rim.
Tratamento
Os tratamentos costumam variar de acordo com cada paciente. No caso de mulheres grávidas, repouso, controle assíduo da pressão e do colesterol, e dieta balanceada, hipossódica (com pouco sal) e baixa em gorduras saturadas são medidas fundamentais.
Também podem ser prescritos medicamentos que controlam os sintomas da síndrome nefrótica, como diuréticos, estatinas (que reduzem o colesterol), anticoagulantes e drogas de imunossupressão. Em casos de nefropatia de lesões mínimas, o tratamento deve ser realizado com corticosteroides.
Prevenção e prognóstico
A melhor forma de prevenir a síndrome nefrótica é precavendo as doenças subjacentes. A condição costuma desaparecer por completo se for ocasionada por males como a pré-eclâmpsia ou a obesidade. O ideal é manter uma alimentação equilibrada, o mais in natura possível e praticar atividades físicas regulares. Assim, evitam-se doenças que podem estar associadas ao mal.
Quer saber mais? Clique no banner!