A anatomia feminina é um dos principais fatores que favorecem a doença renal crônica (DRC) nas mulheres. Além de a uretra feminina ser menor que a masculina, esse canal, nas mulheres, fica próximo ao ânus, o que facilita a proliferação de bactérias do intestino, ocasionando infecções urinárias com maior frequência. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 85% das infecções de urina são provenientes da bactéria Escherichia coli, de origem intestinal.
Mulheres também são mais propensas a doenças como lúpus, patologia autoimune que causa lesão renal, e problemas que só ocorrem durante a gestação, como pré-eclâmpsia, hemorragia pós-parto e aborto séptico. Segundo a campanha global World Kidney Day, a DRC chega a atingir cerca de 195 milhões de mulheres no mundo. Isso representa 14% da população feminina.
Progressão da doença renal crônica
A Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que uma a cada quatro mulheres entre 65 e 74 anos sofra de alguma doença renal crônica. Isso acontece porque a mulher adulta tem 50 vezes mais chances de contrair uma infecção no trato urinário do que os homens. Essas infecções recorrentes vão agravando o quadro até a evolução final da DRC. O primeiro estágio é a uretrite (na uretra), seguido pela cistite (na bexiga) e culminando na pielonefrite (nos rins).
Outros fatores de risco são obesidade, diabetes, pressão alta, tabagismo, doença cardiovascular e histórico familiar. Conforme dados da Unicamp, a rotina atribulada enfrentada pelas mulheres acaba limitando seu acesso ao serviço de saúde. Elas são as que menos procuram tratamento quando têm algum problema. Razões socioeconômicas e religiosas também adiam a procura profissional.
Sintomas
Inicialmente, a doença não possui sintomas aparentes. A pessoa pode perder mais da metade da função renal sem sequer desconfiar que está doente. Já quando se encontra em estágios mais avançados, a doença renal crônica causa perda de apetite, cansaço, inchaço nas pernas, aumento da pressão arterial, modificação nos hábitos urinários (urina espumosa ou com sangue) e palidez.
Diagnóstico e tratamento
A identificação da doença é realizada por meio de exames de sangue e urina. O maior fator de análise para a patologia é a verificação dos níveis de creatinina. Nas mulheres, o valor normal fica entre 0,6mg/dl e 1,2mg/dl. É importante lembrar que quanto antes for detectada a DRC, melhor é o prognóstico e a qualidade de vida do paciente.
O tratamento é realizado com dieta adequada, atividade física regular e medicamentos. Em casos mais graves, há a necessidade de hemodiálise ou até mesmo transplante renal.
Prevenção
Assegurar hábitos de vida saudáveis é a melhor forma de prevenir a doença renal crônica. Alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes e proteínas magras previne o aparecimento de comorbidades que podem afetar a função dos rins. Evitar gorduras saturadas e alimentos industrializados e reduzir o sal são ações primordiais.
Beber muita água ajuda os rins a eliminarem as toxinas do corpo, o que reduz drasticamente o risco de desenvolver a doença. A Sociedade Brasileira de Nefrologia recomenda a ingestão de 1,5 a 2 litros por dia. Fumar, além de aumentar o risco de câncer, retarda o fluxo sanguíneo, prejudicando a capacidade renal. Evitar a automedicação também é fundamental para manter o corpo saudável.
Ao menor sinal de doença renal crônica, procure um médico imediatamente. Se você tem diabetes, hipertensão, doença cardiovascular e histórico de doença renal familiar, faça check-ups regularmente.
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