Todo paciente com insuficiência renal necessita fazer diálise. A técnica substitui a função dos rins, eliminando água e toxinas do sangue. De acordo com o Censo Brasileiro de Nefrologia de 2016, mais de 120 mil pessoas necessitam da terapia no país. Existem duas formas de realização da diálise.
- Hemodiálise: é o tratamento mais comum. Realizado em clínicas especializadas, é utilizado um equipamento específico que retira o sangue da pessoa e o filtra fora do corpo, para devolvê-lo com menos impurezas. Deve ser realizado cerca de três vezes por semana;
- Diálise peritoneal: realizado diariamente, o processo de filtragem ocorre no corpo do paciente. A técnica consiste na infusão e drenagem de uma solução especial direto no abdome do paciente, sem contato nenhum com o sangue.
Hemodiálise é melhor. Por isso é mais utilizada.
Mito. Ambos os tratamentos são efetivos e estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), em clínicas particulares e pelos planos de saúde. No entanto, a peritoneal só é realizada por 8% da população que sofre de insuficiência renal. O recomendado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) é que pelo menos 20% desses pacientes tenham acesso a esse tratamento. Apesar de ser mais econômico, ainda é uma terapia subutilizada por sofrer preconceitos em relação à sua efetividade e pelo medo do paciente em fazer o tratamento em casa.
Essa terapia dói.
Mito. O tratamento é indolor. O que pode acontecer, principalmente no início, é um desconforto abdominal ocasionado pela infusão do líquido. Entretanto, com o tempo, esse desconforto desaparece. O procedimento só causa dor em caso de infecções no local ou mau posicionamento do cateter.
A diálise pode ser realizada no hospital e em casa.
Verdade. Após um período de treinamento, o paciente pode realizar o tratamento em casa e de maneira independente. Familiares ou pessoas próximas também recebem treinamento para ajudar o paciente quando for necessário.
Existe somente uma modalidade desse tratamento.
Mito. Existem duas modalidades: a diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC), na qual o paciente troca manualmente as bolsas quatro vezes ao dia, e a diálise peritoneal automatizada (DPA), terapia que é realizada à noite, com o auxílio de um equipamento que realiza a troca líquida. Nesse último caso, a linha de saída da drenagem deve ser conectada a um recipiente que receba maiores volumes.
Quem faz a diálise uma vez precisa fazer pelo resto da vida
Depende. Salvo casos de insuficiência renal aguda, nos quais os rins param de funcionar apenas por um espaço de tempo, sim. A não ser que o paciente passe por um transplante de rim, ele não pode interromper o tratamento.
Fazendo a diálise, eu posso comer e beber à vontade.
Mito. O tratamento substitui a função renal. No entanto, seguir recomendações médicas é essencial para o sucesso de qualquer terapia. As quantidades de líquidos e alimentos ingeridos variam de acordo com cada caso. Estado nutricional, estágio da doença renal e presença de doenças associadas são determinantes.
Posso trabalhar, passear e viajar mesmo fazendo a diálise.
Verdade. Tendo o equipamento do tratamento em mãos, a pessoa pode realizar atividades cotidianas normalmente. Em caso de viagens aéreas, a clínica pode fornecer um laudo de saúde que evita a cobrança pelo excesso de peso gerado pelo transporte do material para a diálise peritoneal.
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