Quando o assunto é dormir bem e acordar renovado no dia seguinte, metade da população brasileira não conhece tal realidade. Dessa fatia, três a cada dez pessoas sofrem episódios de ronco e apneia do sono, de acordo com dados do Instituto do Sono ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os prejuízos atrelados a uma noite mal dormida incluem incapacidade profissional, mudança no metabolismo e risco elevado para doenças neuropsiquiátricas.
Me deixe dormir!
O ronco é motivo para separações, constrangimentos e piadas entre amigos. O problema é considerado normal quando a pessoa dorme de barriga para cima, pois, com o relaxamento, a musculatura da garganta se torna mais flácida e a língua tende a cair um pouco para trás. O problema é quando esse mecanismo mina a qualidade do sono e gera repercussões negativas nos variados âmbitos da vida.
O ruído divide-se em dois tipos: posicional e rítmico. O primeiro produz o mesmo som ao longo da noite e costuma ser benigno. O segundo, por sua vez, é caracterizado por barulho crescente e decrescente, com intervalos de silêncio. Esse ronco merece atenção médica, pois pode indicar parada respiratória com duração de pelo menos dez segundos.
Eu ronco, mas de onde vem esse problema?
O ronco resulta da vibração dos tecidos moles do nariz e da garganta, particularmente do palato mole (parte posterior do céu da boca). Isso acontece devido a um relaxamento que reduz a rigidez do tecido, tornando-o mais suscetível a trepidações.
Certas pessoas estão mais suscetíveis a esse problema: homens (por causa de particularidades biológicas e fisiológicas); idosos; obesos (especialmente aqueles com gordura distribuída ao redor do pescoço ou da barriga); quem usa álcool ou outros sedativos; aqueles com congestão nasal crônica; quem tem a mandíbula pequena ou mais recuada que o normal; mulheres na menopausa; grávidas; aqueles com amígdalas aumentadas, septo nasal desviado e/ou pólipos nasais.
Tratamento para o ronco
O exame mais importante e decisivo na investigação do ronco é a polissonografia, realizado durante uma noite de sono, em clínica especializada. Com ele, é possível registrar as ondas cerebrais, o nível de oxigênio no sangue, a frequência cardíaca e respiratória, e os movimentos dos olhos e das pernas durante o estudo.
Você deve buscar ajuda de um otorrinolaringologista e médico do sono se seu adormecer é marcado por episódios de falta de respiração ou de asfixia (alguém próximo pode testemunhar e comentar); se acorda constantemente com cefaleia e fica com sonolência extrema durante o dia; se é obeso e/ou tem pressão alta; e se ronca muito alto.
O ronco, como se vê, é um problema relevante, pois, pouco a pouco, prejudica um dos processos mais importantes para o bom funcionamento do organismo. O sono compõe, ao lado da alimentação e da atividade física, a tríade que todo mundo deve seguir para viver (e envelhecer) bem.
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