O momento do parto é um dos mais transformadores e especiais para as mulheres. E, considerando a enorme instabilidade emocional, física e psicológica que a mulher enfrenta nesse período, é fundamental que ela se sinta segura, confortável e acolhida tanto durante o pré-natal como no parto.
Infelizmente, esse cenário ideal nem sempre é o encontrado pelas brasileiras. Uma pesquisa conduzida pela Fundação Perseu Abramo concluiu que, a cada quatro mães, uma já foi vítima de violência obstétrica no país.
Mas, afinal, o que é violência obstétrica e quando podemos afirmar que ela aconteceu?
A seguir, neste artigo, saiba mais sobre o tema.
Quando ocorre a violência obstétrica?
De acordo com o Ministério da Saúde, a violência obstétrica pode ser caracterizada por agressões de origem verbal, psicológica, simbólica, física ou sexual, que ocorrem no processo gestacional, ou seja, abrangendo pré-natal, parto, pós-parto e, até mesmo, o atendimento em casos de abortos espontâneos.
Além disso, práticas de origem discriminatórias, negligências cometidas pelos profissionais de saúde e condutas desnecessárias ou exageradas (como no processo de indução do parto, por exemplo) também integram a lista.
Outro caso (muito comum, inclusive) de violência obstétrica diz respeito a negar o direito das gestantes (concedido pela lei nº 8.080) de que tenham um acompanhante ao seu lado durante todo o trabalho de parto e pós-parto.
Como identificar uma situação de violência obstétrica?
“Na hora de fazer, não doeu assim, né?”; “Para de frescura, ou vou te deixar aí sozinha”; “Se não ficar quieta, vou aumentar esse corte”. Essas são algumas frases que caracterizam violência obstétrica, sendo comumente relatadas pelas gestantes que passaram por isso.
A seguir, confira outras situações que também podem caracterizar sua ocorrência:
- Impedir que o acompanhante fique na sala ou condicionar sua presença por autorização médica;
- Não informar com clareza o real estado de saúde da gestante;
- Não oferecer recursos para o alívio de dores;
- Efetuar procedimentos sem que a gestante esteja ciente ou sem consentimento;
- Impedir que a mulher coma alimentos leves, beba água ou se movimente em meio ao trabalho de parto;
- Dar bronca e/ou fazer piadas em relação à condição da mulher;
- Impedir que a gestante possa se expressar;
- Efetuar o toque vaginal várias vezes (em muitas delas, por pessoas diferentes).
Felizmente, hoje, a violência obstétrica é um tema relevante dentro dos hospitais, clínicas e universidades. Portanto, não há por que se apavorar. O essencial é conhecer o que caracteriza o abuso, de modo a saber como reagir em sua ocorrência. Agora você já entende como a violência obstétrica se manifesta e pode passar essas informações para frente – sempre com muita responsabilidade, é claro.
Ao passar pela situação ou identificar sua ocorrência, anote o CRM do médico ou Coren do técnico/enfermeiro em questão. A denúncia pode ser realizada no próprio hospital ou unidade de saúde, em conselhos de classe ou nas secretarias distritais, estaduais e municipais.
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