O que Kate Middleton, Tatá Werneck e Fernanda Lima têm em comum? Grávidas, as três sofreram com enjoos e náuseas além do normal. O quadro recebe um nome específico: hiperêmese gravídica. Dados da Federação das Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontam que 85% das gestantes podem apresentar náuseas. Dessas, pouco mais de 1% evoluem para o estado grave.
Sinal vermelho
O que difere o enjoo matinal comum na gestação e a hiperêmese gravídica é, basicamente, a perda de peso e a desidratação, isto é, se a gestante vomitar ocasionalmente, mas ganhar peso e não desidratar, a situação é considerada normal.
Causas do problema não são completamente conhecidas, mas é possível estabelecer relação com o hormônio HCG, que é produzido pela placenta durante a gestação. Outros fatores relacionados com a condição são: doença trofoblástica gestacional e deficiência alimentares (principalmente de vitamina B).
Mães jovens e de primeira viagem, obesas e mulheres que tenham problemas emocionais, como transtornos de ansiedade e depressão, desenvolvem hiperêmese gravídica com mais facilidade.
Se o incômodo persiste após 16 a 18 semanas de gestação, é preciso atenção, uma vez que pode danificar gravemente o fígado, causando icterícia e degeneração do tecido do órgão e, consequentemente, confusão mental.
Diagnóstico e tratamento
Exames de sangue e de urina são feitos para verificar desidratação e distúrbios eletrolíticos. Testes de imagem também são realizados para descartar outras possíveis causas de vômitos. O tratamento consiste em administrar remédios para reduzir vômitos e náuseas, além de anti-histamínico (medicamento para reações alérgicas).
Se o quadro for grave, é necessário hospitalização para a gestante receber líquidos (com açúcar, eletrólitos e vitaminas, entre outros, conforme necessidade) e medicamentos por via intravenosa. À medida que a condição regride, é possível alimentar-se de pequenas porções de alimentos leves.
Se os sintomas manifestam-se de maneira recorrente e a perda de peso persiste, uma das maneiras de resolver o problema é optar pela alimentação através de um tubo do nariz, que desce pela garganta até o intestino delgado, pelo tempo que for necessário. Em casos extremos – mas extremos mesmo –, existe a possibilidade de interromper a gravidez.
É importante, também, estruturar um cardápio que ajude a atenuar os temidos enjoos e que devolva os nutrientes perdidos a cada episódio de vômito (entram em cena comidas menos gordurosas, líquidos como água de coco e alimentos gelados e ácidos, como picolés e sucos de limão, maracujá e abacaxi).
Impactos emocionais
Gravidez é uma fase que gera uma montanha-russa de sentimentos e que pode ser agravada em razão da hiperêmese gravídica. É por isso que é tão essencial buscar apoio psicológico, de modo que a gestante consiga elaborar bem suas questões internas e lidar com medos, conflitos e impasses. É sabido que, quanto mais confortável a mãe se sentir em relação à nova fase, melhor a memória é transferida ao bebê. Exercícios físicos leves (hidroginástica, por exemplo) e terapias integrativas, como acupuntura e aromaterapia, são ótimos aliados.
Quer saber mais? Clique no banner!